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Ácido Butírico na nutrição animal

Ácido Butírico na nutrição animal

Os ácidos orgânicos são substâncias que possuem um grupo carboxílico. Nos últimos anos tem-se dado bastante atenção aos mesmos como aditivos alternativos aos antibióticos, agindo como antimicrobianos e promovendo melhores índices zootécnicos. Dentre uma diversa lista, os mais abordados são:  Ácido butírico, propiônico, acético, lático e fórmico.

Nesta publicação iremos abordar o butírico. O ácido butírico ou butirato é um ácido orgânico classificado como ácido graxo de cadeia curta – AGCC (ou ácido graxo volátil – AGV) possuindo apenas 4 átomos de carbono, sendo um metabólito resultante da fermentação microbiana anaeróbica. Seus saís são amplamente utilizados na nutrição animal e conhecidos por melhorar a saúde gastrointestinal e prevenir infecções e doenças microbianas em aves, suínos, peixes e ruminantes.

Apesar de ser uma molécula simples, apresenta diversos mecanismos de ação e grande importância para o equilíbrio intestinal. Entretanto, na sua forma livre, o ácido butírico é corrosivo e com um cheiro desagradável. Além disso, é um ácido fraco com pka de 4,82. Portanto, significa que, no TGI (pH alcalino) ele será metabolizado, perdendo seus atributos. Na indústria, são utilizados os sais de butirato, sendo o de Ca e Na os mais comuns. Contudo, os desafios para se obter os benefícios desse ácido orgânico não param por aqui. É necessário que o ácido butírico esteja encapsulado para que, chegue as partes mais distantes do TGI, visto que bactérias como Salmonella spp. colonizam as porções do ceco e cólon.

Principais atributos do Ácido Butírico:

  • Importante fonte de Energia para os colonócitos;
  • Estimulação de secreções enzimáticas;
  • Estabilização da microflora intestinal;
  • Efeito positivo no crescimento das vilosidades.

Seja como for, o ácido butírico ajuda na migração de neutrófilos o que reforça o feedback positivo ao sistema imune do animal.

Nesse ínterim, espera-se um aquecimento e maiores demandas do ácido butírico e seus derivados, já que a demanda por carne de suínos e aves tendem a crescer. Em relatório da Transparency Market Research, eles apontam que a suinocultura é o segmento que mais usou o butirato e seus derivados. Mas, destaca que na América do norte, América latina, África e oriente médio, o segmento da avicultura é o que mais exige. Eventualmente, é apontado como principal catalisador, o fato de, a Europa lutar contra os antibióticos promotores de crescimento. Sendo assim, apostando no ácido butírico como forte alternativa.

Alguns Resultados técnicos

 Segundo VENTURA (2019), A associação de ácido butírico livre e microencapsulado acelera a proliferação celular, renovando a mucosa intestinal após os danos causados pela coccidiose em sua estrutura, mostrando que o ácido butírico é importante para a manutenção e função da mucosa intestinal.

Sob o mesmo ponto de vista, PETROLLI et al (2019), concluíram, que a utilização de extratos herbais + ácido butírico em substituição aos antibióticos como promotores de crescimento pode ser empregada adequadamente, sem causar comprometimento no desempenho e na qualidade intestinal de frangos de corte no período de 1 a 42 dias de idade.

LEESON et al (2005), mostraram que o ácido butírico a 0,2% pode ajudar a manter o desempenho e a qualidade da carcaça de frangos de corte, especialmente em aves vacinadas desafiadas com coccidiose.

Referências:

PETROLLI, T. G. et al. TANINOS E ÁCIDO BUTÍRICO COMO MELHORADORES DE DESEMPENHO PARA FRANGOS DE CORTE. Centro de Ciência Conhecer. Goiânia, 2019. Disponível em: http://www.conhecer.org.br/enciclop/2019a/agrar/taninos.pdf

S. LEESON, et al. Effect of butyric acid on the performance and carcass yield of broiler chickens, Poultry Science, Volume 84, Issue 9, 2005, Pages 1418-1422, ISSN 0032-5791,  https://doi.org/10.1093/ps/84.9.1418.  

VENTURA, G. Uncoated and microencapsulated butyric acid in alternative to antibiotics in diets for broilers challenged with Eimeria spp. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Animal – FCAT. Dracena, 2019. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/183276

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