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Coccidiose em Frangos de Corte

Coccidiose em Frangos de Corte

A Coccidiose aviária é uma doença intestinal causada por protozoários do gênero Eimeria que atingem diferentes porções do trato gastrointestinal (TGI) das aves. As espécies se multiplicam nas células intestinais causando a destruição tecidual no intestino, o que prejudica a digestão e absorção de nutrientes, resultando em diarreia aquosa ou hemorrágica.

Aves jovens apresentam baixa imunidade, fato que as tornam mais suscetíveis a contaminações após a exposição ao oocisto infectado (ingestão). As aves que sobrevivem a coccidiose adquirem imunidade, o que as protege contra surtos posteriores da doença, que ocorrem geralmente por volta de 3 a 8 semanas de vida.

Animais infectados por Eimeria ssp, devido ao extenso dano tecidual, ficam expostos a outras infecções por microrganismos patogênicos como as bactérias do gênero Clostridium, com destaque ao Clostridium perfringens espécie conhecida por ser a causadora da enterite necrótica.

Diferentes espécies de Eimeira

O gênero Eimeria é composto por sete espécies de importância econômica para a avicultura: E. acervulina, E. brunetti, E. máxima, E. mitis, E. praecox, E. necatrix e E. tenella.  

Dentre as espécies citadas, E. acervulina, E. maxima e E. tenella são consideradas as mais importantes para a indústria avícola, devido a sua onipresença nas granjas, patogenicidade inata e características imunológicas, sendo E. maxima considerada, dentre as demais espécies, uma das que possui maior patogenicidade.

coccidose

Contagem de oocistos e profilaxia

O controle da coccidiose e, consequentemente, da Enterite Necrótica, tornou-se mais difícil na produção orgânica e sem antibióticos. Para compensar a perda de ferramentas para controlar a coccidiose, aditivos alternativos, como extratos vegetais e pré ou probióticos, enzimas e antioxidantes são testados e usados ​​com maior frequência.

Também a inclusão de ingredientes de melhor digestibilidade com glutenose ou CPS – Concentrado Proteico de Soja, com baixos teores de antinutricionais e alergênicos como glicinina e B conglicinina, ajudam na redução de desafios nas fases iniciais.

Parâmetros produtivos e escores de lesão são os parâmetros primários usados ​​para avaliar a eficácia de um determinado produto, mas a contagem de oocistos é um parâmetro secundário importante, indicando uma eficácia antiparasitária direta.

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O ideal num aviário seria a ausência ou baixa carga de oocistos nas fezes e nas camas, como um bom indicador de baixa carga parasitária, atestando o bom manejo, principalmente nos primeiros dias.

Trabalhos mostram que a carga de oocistos nas fezes pode variar entre 50 oocistos por grama – opg e 34 mil opg. Já na cama pode ficar entre 75 opg e 23.9 mil opg, ao longo de 40 dias. Essa variação pode ser explicada por uma ação multifatorial, vacinação, manejo e sanidade.

Fatores envolvidos na patogênese da coccidiose podem variar de acordo com as características próprias da cepa ou do isolado, fatores ambientais externo ou interno ao hospedeiro atuando sobre o parasito, características genéticas e estado imune do hospedeiro, bem como resistência e resiliência. Logo, estes fatores podem influir na severidade da infecção. O hospedeiro reage a infecção coccidiana dependendo do número de oocistos esporulados ingeridos. Geralmente, um número crescente de oocistos ingeridos aumenta o número de oocistos produzidos e a severidade da infecção. No entanto, há um limite máximo de produção de oocistos dentro do hospedeiro pela ocorrência do efeito crowding, i.e., uma superpopulação do parasita, que faz decrescer a produção de oocistos dentro do hospedeiro.

Aditivos para saúde intestinal

O intestino das aves funciona como uma barreira dinâmica capaz de excluir os potenciais agentes patogênicos. Por ser a porta de entrada para antígenos é imprescindível que exista no intestino um fino balanço entre resposta e tolerância que permita a diferenciação entre antígenos inofensivos e antígenos provenientes de patógenos.

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A preservação da saúde intestinal é fundamental para que as aves atendam suas necessidades de digestão, absorção de nutrientes e para o desenvolvimento de mecanismos de defesa contra patógenos. Alterações intestinais adversas ocasionam a diminuição do desempenho das aves, impedindo que as mesmas expressem todo seu potencial genético.

Aves criadas em sistemas intensivos possuem um rápido ciclo de criação, dessa forma é indispensável à prática de medidas preventivas para minimizar a incidência de coccidiose. Sugere-se a implementação de planos rigorosos de manejo que associem sanidade, nutrição, protocolos de biosseguridade, e o uso de aditivos como forma de mitigar riscos e melhorar a saúde gastrointestinal das aves.

Os aditivos jamais devem ser usados para suprir deficiências/problemas de manejo, bem-estar e quaisquer outros**.

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