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Impacto da saúde da matriz suína no desempenho de leitões

Impacto da saúde da matriz suína no desempenho de leitões

A saúde da matriz suína desempenha um papel crucial no desenvolvimento e desempenho dos leitões, influenciando diversos aspectos desde a gestação até o período pós-natal. São fatores como saúde reprodutiva, nutrição em todas as fases de produção da matriz, manejo do bem-estar, limpeza e sanidade das instalações que trazem consigo lacunas que se desenrolam em impactos negativos na produtividade e, principalmente, econômicos.

É sabido que a suinocultura brasileira desempenha um papel crucial no mercado, sendo referência internacional de produtividade e qualidade. Desta forma, as exigências em biosseguridade, sanidade e produtividade são elevadas e devem suprir a excelência que o mercado para exportação exige. O trabalho com o monitoramento constante do rebanho não só ajuda a identificar, como também auxilia na prevenção de problemas acometidos pelas matrizes e, posteriormente, nos leitões. Acompanhe abaixo alguns fatores cruciais que devem ser observados atentamente.

Fatores envolvidos na gestação, parto e lactação

A produção de leitões de baixo desempenho pode estar associada a diversos fatores. O primeiro deles está ligado à condição de saúde reprodutiva da matriz suína, incluindo a do trato reprodutivo e a capacidade de concepção, que tem um impacto direto na produção de leitões saudáveis. O desempenho reprodutivo, incluindo o intervalo entre partos e o número de leitões por parto são indicativos da condição física da matriz e refletem na prolificidade e na capacidade reprodutiva. Problemas como distúrbios hormonais, infecções uterinas e falhas na concepção podem afetar negativamente o número de leitões nascidos vivos e sua vitalidade.

Outro fator de extrema importância é o colostro, dotado de um teor rico e diversificado em proteínas, lipídios, glicídios, entidades celulares de natureza imunológica e moléculas bioativas, não somente supre as demandas nutricionais ao crescimento acelerado dos neonatos, mas também abarca funções de caráter anti-inflamatório e antimicrobiano. É responsável por garantir aos neonatos a energia necessária para termorregulação e crescimento corporal, imunidade passiva para proteção contra patógenos e maturação intestinal. Estudos mostram que o leite desempenha um papel substancial ao aportar até 30% da composição microbiana intestinal aos recém-nascidos, exercendo função crucial na colonização e no desenvolvimento da microbiota intestinal neonatal.

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Equilíbrio da microbiota intestinal dos leitões

Após pincelarmos sobre os aspectos ligados à saúde, nutrição e ambiência, um elo que liga intimamente estes fatores é o estabelecimento e a harmonização da microbiota intestinal. Embora sua importância já esteja esclarecida, existe ainda uma discussão acerca do momento de sua colonização no intestino dos leitões. A visão tradicional é que a colonização microbiana começa gradualmente no canal do parto, no contato com o ambiente externo, fezes e alimentos. No entanto, sabe-se que bactérias colonizadoras precoces no trato intestinal de mamíferos têm características maternas sólidas, estando presentes na placenta, canal do parto, leite materno e excreções maternas. Por conseguinte, torna-se pertinente reconhecer que a composição da microbiota das porcas pode conferir múltiplas modulações sobre a flora intestinal dos leitões e maturação do sistema imunológico, estendendo-se por diferentes intervalos temporais.

Como exemplo, podemos citar a influência da presença de bactérias fermentadoras produtoras de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC). Os AGCC produzidos pela fermentação dos microrganismos intestinais maternos são transmitidos verticalmente para a leitegada, como uma herança promovendo a maturação de seu sistema imunológico. Primeiramente, as bactérias colonizadoras intestinais neonatais são as anaeróbias facultativas, como Streptococcus e Staphylococcus. Todavia, são rapidamente substituídas por Bifidobacterium, Corynebacterium, Lactobacillus e Ruminococcus, sendo estabelecidas por meio de interações com a mãe, o ambiente circundante e a composição dietética, tanto durante o período gestacional como após o nascimento.

Assim, suscita-se a consideração de elaborar estratégias nutricionais com vistas a modular a configuração da microbiota entérica nas fêmeas, e, por conseguinte, orquestrar impactos sobre a composição microbiana dos leitões lactentes. Os promotores de saúde não convencionais, a exemplo dos probióticos e prebióticos, são defensores da saúde, moldando sistemas imunológicos em desenvolvimento, desafiando invasores prejudiciais e competindo por território e nutrientes com bactérias nocivas. Essa população bacteriana benéfica acaba por desencadear fermentações engenhosas de fibras e orquestrando sinfonias de vitaminas das quais são utilizadas para nutrir seus hospedeiros. Todavia, em condições de estresse e sistema imunológico fragilizado, essa população benéfica fica vulnerável, principalmente nas fases de maiores mudanças aos leitões.

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