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Pontos críticos na fabricação de rações e suplementos – parte 2

Pontos críticos na fabricação de rações e suplementos – parte 2

Atentar-se aos pontos críticos de controle no processo fabril é a chave para uma produção de qualidade. Os pontos críticos de controle são etapas em que se pode aplicar um controle essencial para evitar ou eliminar um perigo de contaminação ao produto. Podem ser encontrados em todas as etapas de produção, como na recepção, estocagem de cereais e líquidos, ensilamento, dosagem, moagem, mistura, resfriador, triturador e expedição/transporte.

Considerando os pontos críticos de controle na recepção/beneficiamento e estocagem de cereais e líquidos, algumas condições mínimas devem ser observadas na estrutura dos silos (projetados para evitar acúmulo de matérias-primas nas paredes) e a capacidade de recepção e de beneficiamento deve ser compatível com a capacidade da fábrica. Respeitados estes aspectos, os pontos críticos que afetam a qualidade na fábrica são:

-> Automação: Evita erros humanos no processo produtivo. Uma fábrica de ração e suplementos deve investir em processos cada vez mais automatizados;

-> Presença de impurezas, roedores, insetos e microrganismos: Evita erros humanos no processo produtivo. Uma fábrica de ração e suplementos deve investir em processos cada vez mais automatizados;

-> Umidade: Existem limites de tolerância para o teor de umidade no armazenamento de grãos em função da manutenção de sua inocuidade, assim como também existem limites de temperatura na secagem de grãos que devem ser respeitados;

-> Ensilamento: É necessário monitorar os fluxos das matérias-primas para evitar contaminação nas linhas de ensilamento;

-> Controle da temperatura: Especialmente importante para gorduras e melaço. Deve ser suficiente para que a viscosidade não impeça a pulverização e não esquente a ponto de provocar perdas nutricionais;

-> Estocagem: Deve ser compatível com o tamanho e localização da fábrica. Quanto menor o tempo de estocagem, melhor. Além disso, varia em função das condições de armazenamento e da qualidade das matérias-primas. Os tanques de estocagem de líquidos devem ser cercados com paredes (diques) de contenção, para evitar que o líquido escorra para o ambiente em caso de vazamentos. No caso de ensacados, devem ser colocados sobre estrados com ventilação por baixo, bem identificados, com no mínimo 50 cm de distâncias das paredes;

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-> Silos de dosagem: devem ser adequados para forma e tamanho das partículas, ângulo de repouso, umidade, densidade, fluidez, adesividade, entre outros, a fim de proporcionar um fluxo contínuo na descarga, sem acúmulo nos cantos, além de possuir tamanho adequado para a necessidade da fábrica.

-> Dosagem: constitui um gargalo na produção. O tempo efetivo para dosagem, o dimensionamento dos elementos e a automação devem ser muito bem planejados e calculados. Devem ser realizados, com alta frequência, testes de dosagem por elemento dosador;

-> Balanças: suas aferições devem ser realizadas com pesos padrões, no mínimo, uma vez por semana ou uma vez a cada semestre, por uma empresa especializada. Devem ser limpas e desinfectadas, como qualquer outro elemento da fábrica, visando minimizar as contaminações;

-> Moagem, moinhos de mistura, resfriador e triturador: pontos críticos que necessitam de extrema atenção. Nesses aspectos, a granulometria das partículas, capacidade e alimentação dos moinhos, exaustão, desgaste dos martelos, umidade das matérias primas, entre outros, podem determinar a qualidade final do produto;

-> Organização geral e limpeza de equipamentos, maquinários e silos;

-> Expedição: Ordens de carregamento mal preenchidas ou trocadas, silos ou pilhas de ração mal identificadas e silos de expedição não cobertos, constam como falhas no controle e treinamento de equipe que podem comprometer a qualidade do produto final.

Outro ponto extremamente importante é o cuidado com a contaminação cruzada, que ocorre quando alguma coisa que deveria ter ido num batch e tão somente nele, na verdade, foi em outro. Neste caso, a exemplo do ocorrido com um elemento tóxico, é extremamente comprometedor. Buscando eliminar esta possibilidade, o ensilamento de macro e microelementos deve ser muito bem controlado, os vazamentos em registros, caixas e comportas devem ser contidos e evitados, além de que as dosagens devem ser calculadas com exímia exatidão.

Por último, mas não menos importante, a produção deve estar apta à rastreabilidade total, ou seja, deve-se conseguir localizar todo e qualquer ingrediente ao longo da cadeia que envolve o processo de produção de ração, desde a compra dos ingredientes até o consumo final (na recepção, na estocagem, na mistura, na expedição e no consumidor final), pois trata-se de uma forma de garantir produtos de qualidade aos consumidores.

Leia também Impacto da rastreabilidade no dia-a-dia do consumidor.

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