Ganhos da dosagem de aditivos na forma líquida (Parte 2)
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- 31/05/2022
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O desmame é um período crítico na vida dos leitões marcado por uma série de desafios nutricionais, fisiológicos e imunológicos. É uma fase em que a função intestinal e o sistema imunológico ainda não estão totalmente desenvolvidos e mudanças repentinas na dieta e no ambiente social podem levar ao estresse, causando inflamação intestinal e diarreia, possível retardamento do crescimento e até mesmo morte. Sobretudo, essas mudanças são precursoras da sucessão de comunidades microbianas no intestino dos leitões, e sua desregulação também é uma das causas de inflamação intestinal e diarreia em recém-nascidos e animais pós-desmame. Para minimizar o estresse enfrentado pelos leitões nessa etapa da vida, a inclusão adequada de fibras na dieta tem ganhado destaque estratégico na promoção de saúde intestinal e na melhoria do desempenho dos leitões.
A microbiota intestinal é o maior e mais complexo micro ecossistema do corpo do leitão. Ela mantém a homeostase em condições normais e desempenha um papel crucial na promoção da digestão e absorção de nutrientes, mantendo as funções fisiológicas normais do intestino, regulando a imunidade e diversas outras atividades. A transição do leite materno para a dieta sólida pode comprometer o desempenho dos animais e aumentar a incidência de distúrbios gastrointestinais, como a diarreia pós-desmame. Os estudos têm avaliado e comprovado o papel das fibras na modulação positiva da microbiota em substituição aos antibióticos, pois foi verificado que a exposição precoce a antibióticos tem impactos adversos no desenvolvimento do sistema imunológico e do microbioma intestinal, o que eventualmente leva à suscetibilidade elevada a doenças nas fases de crescimento e engorda.
As fibras, tradicionalmente vistas como componentes indigestíveis, hoje são reconhecidas por seu papel funcional no trato gastrointestinal. Elas são classificadas, de forma geral, em solúveis e insolúveis, com efeitos distintos sobre a digestibilidade, a microbiota intestinal e o trânsito gastrointestinal. As fibras solúveis, por exemplo, são rapidamente fermentadas pelas bactérias intestinais, resultando na produção de ácidos graxos voláteis (AGVs), especialmente o butirato, que serve como fonte de energia para os enterócitos e possui efeito anti-inflamatório. Entretanto, as fibras solúveis aumentam a viscosidade da digesta e reduzem a absorção de nutrientes. Já as fibras insolúveis são fermentadas lentamente, mas contribuem para a motilidade intestinal, aumentando a taxa de passagem e podem ajudar a reduzir a adesão de patógenos à mucosa.
As vias pelas quais as fibras insolúveis atuam não estão completamente elucidadas, mas sua inclusão na ração permite que exista substrato consistente no bolo alimentar para adesão das bactérias fermentativas produtoras de Ácidos Graxos de Cadeia Curta. Dessa forma, o ambiente no lúmen intestinal fica propício para o crescimento de populações específicas, benéficas ao ambiente intestinal, que competem naturalmente com cepas potencialmente patógenas. Um ambiente intestinal saudável apresenta adequada altura de vilosidades em relação a profundidade de criptas, o que proporciona maior área de absorção de nutrientes.
Agora vamos aos fatos comprovados! Em um estudo realizado por Shang et al (2021) em Pequim, na China, avaliaram as influências da suplementação de farelo de trigo e polpa de beterraba (fontes disponíveis regionalmente, com composição diferente de fibras solúveis/insolúveis) em dietas sem antibióticos sobre o crescimento, respostas imunológicas, integridade intestinal e a microbiota em leitões desmamados. De forma sintetizada, aqui estão apresentados alguns de seus resultados:
De forma geral, resultados com fibras são variados na literatura pois sofrem influência de diversos fatores, como fonte/composição, nível de inclusão, e condições sanitárias do ambiente. Entretanto, em ambientes com condições sanitárias adequadas, a expressão do potencial genético do animal aliado com uma dieta equilibrada permite a avaliação dos efeitos da utilização de ingredientes ricos em fibras na dieta. Dessa forma, muitos trabalhos destacaram melhorias na saúde intestinal de leitões. Abaixo listamos algumas bibliografias utilizadas neste artigo e que podem ser consultadas para maior aprofundamento deste assunto.
Podemos concluir que o manejo nutricional dos leitões, além de depender da idade, exige grande critério na escolha dos níveis de inclusão de fibras quando adicionadas nas dietas iniciais. Além disso, é de extrema importância fornecer uma fonte de fibra rigorosamente selecionada. Esses fatores unidos auxiliam a modular positivamente a microbiota intestinal, estimular o desenvolvimento de vilosidades e a maturação do sistema imune.
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