Saúde intestinal de frangos de corte
Dentre os animais produtores de carne, os frangos destacam-se pelo maior GMD, em relação ao peso corporal e a melhor conversão alimentar, sendo considerados uma […]
- 26/05/2021
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O estudo sobre taninos, suas aplicabilidades e benefícios aos animais está avançando de forma vigorosa, abrindo horizontes que envolvem desde estratégias nutricionais até o conceito de “one health” (saúde única). Para compreendê-los melhor, é importante estarmos cientes de como foi o histórico evolutivo dos ruminantes e dos taninos, os quais formaram uma relação coevolutiva positiva até os dias atuais.
Os taninos, também chamados de polifenóis, são compostos secundários encontrados naturalmente em algumas plantas como uvas, sorgo, árvores de castanheira portuguesa, caqui e carvalho, sendo conhecidos pelo seu forte sabor adstringente. São produzidos como um mecanismo de defesa contra predadores para evitar a predação de frutos imaturos e outras partes da planta. Desta forma, os ruminantes muito antes de sua domesticação, em sua busca diária por alimentos entravam em contato com essa substância ao consumir frutos, cascas de árvores e folhas ricas em taninos, proporcionando uma variedade de benefícios à saúde do animal.
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O avançar da descoberta desses compostos nos permitiu classificá-los como taninos hidrolisáveis e condensados. Os taninos hidrolisáveis são polifenóis solúveis em água que podem ser decompostos em moléculas menores (ácido elágico ou gálico e glicose) e são conhecidos por suas propriedades antimicrobianas, antioxidantes e anti-inflamatórias. Os taninos condensados são polifenóis não solúveis formados pela condensação de flavan-3-óis e são conhecidos por suas propriedades antimicrobianas, antivirais e antifúngicas. Sua popularidade está no fato de que esses compostos apresentam-se como uma alternativa natural aos antibióticos – principalmente os ionóforos, amplamente utilizados na bovinocultura, demonstrando melhorar a eficiência alimentar e o desempenho de crescimento em aves e bovinos de corte (em diversas espécies zootécnicas).
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Como citado acima, os taninos possuem ação contra determinados microrganismos, o que pode ser uma importante ferramenta de manipulação ruminal, buscando otimizar as funções ruminais e, posteriormente, maximização do desempenho zootécnico.
Pesquisas demonstram que os taninos possuem uma importante ação contra bactérias gram-positivas como a Streptococcus bovis, importante bactéria ácido láctica responsável por baixar o pH ruminal de forma abrupta, conduzindo os animais a quadros de acidose ruminal. Essa ação se dá principalmente no uso dos taninos hidrolisáveis, que após o processo de hidrólise podem liberar ácido elágico ou gálico, ambos com ação antibacteriana.
Adicionalmente, os taninos também são conhecidos pela sua facilidade de complexação com proteínas e carboidratos, reduzindo a digestão no ambiente ruminal e disponibilizando para posterior digestão e absorção pelo animal. Tal característica pode ser uma importante ferramenta para nutricionistas que almejam uma maior passagem de proteína verdadeira do rúmen para o intestino. Essa redução da digestibilidade da proteína no ambiente ruminal reduz também a quantidade de amônia (NH3) que, em níveis elevados no rúmen, se torna prejudicial principalmente à reprodução. Além disso, eleva o gasto energético no processo de metabolismo da molécula em ureia e posterior reutilização e excreção via urina.
Por fim, mas não menos importante, uma vasta quantidade de pesquisas abordam o uso de taninos como uma das principais estratégias para mitigação da emissão de metano (CH4) entérico. Porém, esta ação mitigadora não está totalmente elucidada, mas sabe-se que dentro do grupo de microrganismos inibidos pelos taninos, há inúmeros metanogênicos, como arqueobactérias, bactérias celulolíticas e protozoários.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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SCALBERT, Augustin. Antimicrobial properties of tannins. Phytochemistry, [S.L.], v. 30, n. 12, p. 3875-3883, jan. 1991. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/0031-9422(91)83426-l.